sábado, 23 de maio de 2009

A Autoeuropa e a crise na indústria automóvel

Parece-me inquestionável que a indústria automóvel está a passar por uma crise (a tão falada crise), ao ver os números de carros vendidos constantemente a descer. Ora, se não se vendem carros, não vale a pena estar a construí-los, o que significa que as fábricas trabalhem apenas a uma percentagem das suas capacidades, com tudo o que isso implica (desde a supressão de turnos, diminuição do número de trabalhadores, etc.).

Perante esta situação que é de excepção - e ao dizer excepção quero, com isto, dizer que esta situação não deverá ser permanente - julgo que devia haver uma maior flexibilidade e boa vontade por parte dos trabalhadores. E isto porquê? Porque são eles o elo mais fraco no meio disto tudo. Os administradores, esses, podem estar sossegadinhos (pelo menos, por enquanto) pois os seus postos de trabalho ainda não estão em risco, mas os trabalhadores, esses, estão na mó de baixo, como sempre. A razão deste post vem no seguimento das notícias que têm saído nos últimos dias, que colocam em causa o normal funcionamento da Autoeuropa. Com efeito, a produção nesta fábrica está a meio gás e, portanto, há ali um problema de excesso de recursos humanos para o trabalho que existe. Esta é, pelo menos, a explicação dada para a razão do problema. Para a resolução disto, existem várias soluções que estão a ser discutidas e, uma delas, passa por remunerar como um dia normal o trabalho ao sábado. Ou seja, na prática seria fazer com que o sábado passasse a ser um dia de trabalho como outro qualquer.

É claro que esta medida gera alguma controvérsia mas, na minha opinião, preferia trabalhar ao sábado recebendo como se fosse um dia de semana normal (comigo é isto que acontece - trabalho ao fim-de-semana de duas em duas semanas e não ganho mais por isso) do que sujeitar-me a ir para o desemprego. Dado que esta situação, como já referi, é de excepção e está relacionada com a crise económica mundial, sou de acreditar que, quando tudo isto estiver resolvido, a situação voltará ao normal. A questão é que, neste momento, estamos a atravessar dificuldades que devem ser combatidas e uma das formas de o fazer poderá passar por esta solução, eventualmente em conjugação com outras medidas. Poderá haver quem prefira receber subsídios sem ter que trabalhar, embora já alguém tenha dito que não é esse o desejo dos trabalhadores da Autoeuropa. Se, de facto, não é esse o desejo deles, acho que deviam ter mais em conta a situação grave por que a indústria automóvel está a passar (em especial a situação da Autoeuropa) para não virem, depois, lamentar-se de que foram para o desemprego e que, por isso, estão a passar dificuldades. Hoje não cedem um bocadinho, amanhã desloca-se a Autoeuropa para outro país e depois é ver tudo a chuchar no dedo por ter ficado sem trabalho.

Trazer à baila moralismos de que os administradores é que deviam baixar os seus salários e renunciar às suas regalias não resolve absolutamente nada. Embora seja pertinente falar nisso, julgo que a solução não passará por aí. Esta é apenas mais uma ideologia no meio de tantas outras que apenas serve para nos frustrar ainda mais. Hoje em dia não devemos pensar apenas no nosso bem-estar. Temos que pensar que o futuro poderá não ser risonho e, portanto, é de todo importante mostrar espírito de união. Os trabalhadores, como os administradores e todos aqueles que mandam na Autoeuropa (VW - Alemanha, por exemplo) estão juntos no mesmo barco. Os trabalhadores, se em vez de contribuirem para a resolução do problema passarem a ser parte do problema, não custará nada mandar a Autoeuropa para outro país. E quando isso acontecer, já será tarde demais para voltar atrás.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Procissões

Não sei se já sabem, mas aqui o Nuno toca trompete na banda da Sociedade Filarmónica Lousanense há já alguns anos. Na verdade, entrei na filarmónica quando tinha uns 13 anos, o que quer dizer que já lá ando há quase 17 anos. Às tantas já estão a dizer que eu devo ser doidinho, que 17 anos é muito tempo... Até podem ter razão e eu ser mesmo doidinho, mas quando se está numa coisa da qual gostamos imenso, o tempo não é importante e só é pena que passe a correr.

Bem, mas este texto não tem como objectivo descrever a minha vida enquanto músico filarmónico. O motivo pelo qual estou a escrever deve-se a uma constatação em jeito de dúvida que me assolou o espírito no passado domingo (17 de Maio). Todos os anos, na Lousã, existe uma enorme festa religiosa em honra de Nossa Senhora da Piedade, que move multidões! Esta festa tem início com a procissão que conduz a imagem de Nossa Senhora da Piedade das ermidas que estão junto ao castelo para a Igreja Matriz da Lousã e termina cerca de 1 mês depois com a procissão que conduz a mesma imagem da Igreja Matriz para as ermidas. No domingo passado houve uma procissão que percorre as principais ruas da vila, durante mais de duas horas! Ora, ao longo do percurso, pude ver várias colchas e toalhas penduradas nas janelas de algumas casas. Confesso que já tinha visto isto, mas nunca reflecti sobre isso! Não sei por que motivo as pessoas fazem isto. Aliás, no que diz respeito às procissões, há essencialmente duas coisas que me intrigam:
- Uma delas é este hábito de pendurar toalhas ou colchas nas janelas;
- A outra é as pessoas chorarem desalmadamente quando o andor de algum santo passa à frente delas.
Esta última até tem fácil explicação: as pessoas choram devido à enorme devoção que têm. Quanto a isto não tenho mais nada a dizer, apenas que aceito que cada um tenha as suas convicções e que acredite naquilo que bem entender. Respeito muito isso. Gostava era que me explicassem, se souberem, qual é a razão pela qual as pessoas penduram colchas e toalhas nas janelas quando passa uma procissão!

Casamento do Rafa

Este fim-de-semana foi um pouco diferente do habitual. No sábado fui ao casamento do Rafa, um dos meus grandes amigos. Conheci o Rafa na escola preparatória, quando fui para o 5º ano. Fomos colegas no 5º e no 6º ano, entretanto separámo-nos e, mais tarde, talvez no 8º ou 9º ano voltámos a encontrar-nos. Companheiros de escola, tornámo-nos também grandes amigos, juntamente com outros colegas e, juntos, formamos uma espécie de irmandade. Eu, o Rafa, o Eliseu, o Vaz e o Eduardo. Sábado (16 de Maio de 2009) foi o dia em que o Rafa e a Nice decidiram juntar os trapinhos e, como tal, eu não poderia deixar de estar presente neste momento tão importante para eles. Faço votos de que sejam muito felizes.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Muito tempo se passou desde a última vez...

Como administrador aqui deste estaminé (uau, sou administrador de alguma coisa!), tenho que pedir desculpa pelo estado latente em que isto tem estado. Poderia dizer que isto é propositado para dar aos leitores a oportunidade de reflectirem, sem pressas e com muita ponderação, tudo aquilo que tenho aqui escrito. Isto poderia ser verdade, não fosse o facto de aquilo que escrevo não necessitar de reflexão, por mais pequena que seja! Afinal, que raio de reflexão se pode tirar de um post que fala sobre a barba, sobre os comportamentos que incomodam, sobre se os cães têm pesadelos, etc.? De uma coisa sem jeito nenhum, a única conclusão a que se pode chegar é a de que o autor não diz nada que se aproveite! Mas também isso não seria novidade nenhuma. Estarei, por ventura, a ser demasiado modesto, mas isso deve-se unicamente ao facto de eu não querer ser nenhuma figura pública altamente conhecida e, portanto, há que manter a discrição. É por este motivo que eu não me ponho aqui com altas filosofias, daquelas que fazem parar o mundo, de tão geniais que seriam! Aliás, este post, está a ser um daqueles que serve apenas para "encher chouriços" e, evidentemente, pedir desculpas pelas minhas ausências.

Durante este tempo todo, não estive apenas a trabalhar. Tive também alguns momentos de lazer, que aproveitei bem e sobre os quais falarei num futuro próximo. Nesses momentos de lazer e descanso, aproveitei não só para resolver alguns problemas de Sudoku, mas também para reflectir sobre alguns assuntos. Um desses assuntos está relacionado com as palavras mais esquisitas que são usadas para explicar um acontecimento. Dentre essas palavras esquisitas, destaco as seguintes: Escangalhar, Espatifar, Enguiçar, Catrapázio, Amochar, Arrefinfar, etc. Penso que toda a gente conhece estas palavras e já as usou, pelo menos, uma vez na vida. Sou da opinião de que, se elas existem, devem ser usadas. Aqui, o que está em causa não é a sua utilização, mas sim o quão estranhas elas são. Para além destas, muitas outras existirão e o desafio que eu vos coloco é que indiquem mais palavras assim esquisitas para descrever acontecimentos, objectos, pessoas... Fico a aguardar as vossas respostas.

Apêndice ao post anterior

Depois de ler atentamente as vossas opiniões, cheguei à conclusão de que a barba de 2 dias é como uma espécie de montra, cujo lema é: "Olha, mas não toques". Digamos que a barba de 2 dias é, portanto, uma espécie de alarme. A menos que gostem de umas assaduras...