terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Metro Mondego - Relato de uma Novela

Este texto serve para relatar a situação vergonhosa e inadmissível a que chegou a implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego no Ramal da Lousã.
O Ramal da Lousã consiste numa linha ferroviária em bitola ibérica, que garante o transporte de passageiros (e, outrora, também de mercadorias) entre Serpins (Lousã) e Coimbra. A construção do Ramal da Lousã foi oficialmente anunciada por portaria no reinado de D. Luis, corria o ano de 1873. A ideia inicial seria a construção de uma ferrovia que ligasse Coimbra até Arganil, com a possibilidade de prolongá-la até à Covilhã, na Linha da Beira Baixa. Durante a construção do Ramal da Lousã, alguns problemas financeiros das empresas construtoras levaram a que as obras se prolongassem no tempo, tendo sido inaugurado, a 16 de Dezembro de 1906, o troço Coimbra-Lousã. Em 1907, começaram as obras que dariam continuidade ao Ramal, prolongando-o até Arganil. Todavia, este objectivo nunca veio a ser concretizado devido, novamente, a dificuldades financeiras, tendo as obras parado em Serpins, localidade onde hoje é o términus deste Ramal. Ainda assim, o corredor reservado para o Ramal da Lousã em direcção a Arganil continua por mais uns 5 kms, terminando num túnel inacabado, embora nunca tenham sido colocados carris neste troço. O troço Lousã-Serpins foi inaugurado apenas em 10 de Agosto de 1930! Até ao início de Dezembro de 2009, o transporte ferroviário entre Serpins e Coimbra fez-se ininterruptamente, através de locomotivas a vapor que deram, mais tarde, lugar às automotoras a diesel, servindo milhares de pessoas residentes nos concelhos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra.

No início de Dezembro de 2009, o centenário Ramal da Lousã começou a ser desmantelado para dar lugar ao Sistema de Mobilidade do Mondego. O projecto baseia-se na mudança de bitola (distância entre carris) e electrificação da linha, de modo a substituir o transporte ferroviário pesado que, até então, se fazia através de automotoras a diesel por um metropolitano ligeiro de superfície. Pretendia-se, desta forma, aumentar a qualidade do serviço prestado às milhares de pessoas que usufruíam do transporte ferroviário de e para Coimbra. Em Janeiro de 2010, o Ramal da Lousã foi encerrado na sua totalidade, sendo que, a partir dessa data, o transporte dos passageiros passou a ser feito por autocarros. Entretanto, os carris continuavam a ser arrancados para dar lugar aos novos carris que iriam servir o Metropolitano Ligeiro de Superfície, um projecto que se previa estar concluído em 2011 ou, o mais tardar, em 2012.

A meio deste ano, com a aplicação do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), começou a temer-se que as obras entretanto iniciadas não iriam terminar nos prazos previstos. Recentemente, o Governo deu a entender a sua vontade em acabar com a Sociedade Metro Mondego, da qual é sócio maioritário, colocando em causa todo o projecto de implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego. Ainda mais recentemente, veio a público uma ordem da REFER (empresa gestora do Ramal da Lousã e das obras que nele decorrem) dizendo para as empresas construtoras suspenderem as obras por alegada falta de dinheiro!!! Os receios de que as obras não iriam terminar dentro dos prazos previstos deu lugar aos receios de que as obras não iriam terminar, ponto final. Estaria, assim, colocado em causa o transporte dos passageiros através de uma ferrovia com mais de 100 anos!

Resumindo, o Governo destruiu uma infra-estrutura que funcionava (apesar de todas as suas debilidades). Alegando dificuldades devido à crise (o bode expiatório para tudo e mais alguma coisa), está a colocar em causa a reposição de um serviço que funcionava há mais de 100 anos! Isto seria o mesmo que o Governo demolir a ponte 25 de Abril para construir uma ponte melhor e, depois de deitada a ponte abaixo, não construir uma ponte nova! Ora, isto é inadmissível!!! Esta situação que se está a passar com o Metro Mondego deve ser fortemente noticiada para que Portugal inteiro veja e saiba o que se está a passar na região centro.

Existem muitos mais pormenores, todos eles importantes, sobre esta novela mas os pontos essenciais estão descritos neste texto. Algo tem de ser feito para que o transporte ferroviário seja reposto. O que é que vocês, leitores, têm a dizer acerca disto?

Links importantes sobre este assunto:

sábado, 16 de outubro de 2010

Adenda ao post anterior

A certeza de que não haverá, nunca, viagens no tempo, pode levar-nos (a mim leva) a questionar porquê?
  1. Porque, de facto, as viagens serão impossíveis de realizar?
  2. Porque a Humanidade foi destruída antes de as conseguir realizar?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As viagens no tempo

Se há coisa de que eu tenho a certeza absoluta é de que no futuro, as viagens no tempo não serão possíveis. Perguntam-me como é que eu sei isto? Se fossem possíveis, não acham que alguém do futuro já nos tinha vindo fazer uma visita? Ora, se ainda não vieram, é porque não podem...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Constatação de um facto

Os bébés são umas autênticas máquinas de fazer cócó!!!

A explicação da odisseia feminina de ir em grupo à casa de banho!‏

Ontem recebi um e-mail onde é explicado o porquê de as mulheres irem (quase) sempre em grupo à casa de banho e o porquê de demorarem (quase) sempre bastante tempo. Como é evidente, eu não posso confirmar a veracidade desta explicação, mas até me parece bastante credível e, pelo sim pelo não, resolvi aqui partilhá-la, podendo estar, com isto, a efectuar um serviço público. Ora então, reza assim a história:
Por que é que as mulheres demoram tanto tempo quando vão à casa de banho?
O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que, quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel cuidadosamente no perímetro da sanita.
Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!" E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.
"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter, sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.
Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso, resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de "tou aqui, tou-me a mijar!".
Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta mais" (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente, que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há pernas. Estão todos ocupados.
Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a pessoa que ainda está a sair.
Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa... Penduras a mala no gancho que há na porta... QUAAAAAL? Nunca há gancho!!Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que tens no caso de...
Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te "na posição"...
AAAAHHHHHH... finalmente, que alívio... mas é aí que as tuas coxas começam a tremer... porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um braço estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!
Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *"nunca te sentes numa sanita pública"*, e então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer... e por uma falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e molha-te até às meias!!
Com sorte não molhas os sapatos... é que adoptar "a posição" requer uma grande concentração e perícia.
Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!
Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para procurar na tua mala tens de soltar a porta... ???? Duvidas um momento, mas não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te uma traulitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!
E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm muito respeito umas pelas outras).
Encontras o lenço de papel!! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.
Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu "alguém tem um pedacinho de papel a mais?" Parva! Idiota!
Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que estaria
envergonhadíssima se te visse assim... porque ela nunca tocou numa sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podes apanhar ali, que até podes ficar grávida (lembram-se??).... Estás exausta! Quando páras já não sentes as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo a fazer malabarismos com um pé, muito importante!
Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de água (ou xixi? lembras-te do lenço de papel...), então não podes soltar a mala nem durante um segundo, pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca, e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a mala não resvalar e ficar debaixo da água.
Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as mãos nas tuas calças - porque não vais gastar um lenço de papel para isso - e sais...
Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges enquanto te esperava.
"Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota.
"Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer.
E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e *a dignidade*.
*Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e servir de cabide ou de agarra-portas! Passa isto aos desgraçados dos homens que sempre perguntam "querida, por que motivo demoraste tanto tempo na
casa de banho?" .... IDIOTAS!*

sábado, 3 de julho de 2010

Alguns apontamentos

Desde a última vez que aqui escrevi já muitas coisas aconteceram. Por exemplo:
  • Desde o dia 15 de Junho que sou um pai babado. Nos últimos dias, o meu passatempo tem sido limpar rabinhos e mudar fraldas;
  • A selecção de Espanha só conseguiu ganhar 1-0 a jogar contra apenas dois jogadores (Eduardo e Fábio Coentrão). Não percebo porque é que isso fez com que a selecção de Portugal tivesse sido eliminada se nem sequer jogou, mas pronto. Devem ser os novos regulamentos da FIFA;
  • Apareceu a moda (foleira) das vuvuzelas. Prefiro 30000 vezes a moda das bandeiras de Portugal nas janelas, independentemente se têm pagodes em vez de castelos, do que a porcaria das vuvuzelas. Ainda pensei que, com a eliminação de Portugal, elas se deixassem de ouvir, mas já constatei que estava enganado. Começo a acreditar que elas vieram para ficar;
  • Estalou a polémica em redor do Sistema de Mobilidade do Mondego por causa da implicação que o PEC terá no financiamento deste projecto (sobre isto falarei um dia destes);
  • E outras coisas que agora não me lembro.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A visita do Papa

Eu juro que não vou escrever nada sobre a vinda do Papa a Portugal e muito menos tecer comentários ao histerismo das televisões que não passam mais nada a não ser Papa!!! Até apetece dizer uma asneira, mas como é pecado, não vou dizer...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Anúncio mais parvo!

Sou só eu que acha que este anúncio é a coisa mais parva que alguma vez se fez em publicidade? LOL

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ainda a chuva...

A Primavera já chegou e o sol voltou a ir embora. Se a sabedoria popular estiver certa, "em Abril, águas mil"... Eu era capaz de dizer que isto assim já começa a ser uma seca, mas parece-me que esta expressão fica completamente descontextualizada.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A morte

Este post pode ser bastante aterrorizador (e talvez polémico), ou não fosse ele sobre a morte. Podem estar sossegados, eu não estou com tendências suicidas nem com uma valente depressão. Apenas me apetece falar sobre esta... fatalidade!

A morte marca o fim absoluto de uma qualquer etapa. No caso que mais nos interessa, marca o final da nossa (sempre curta) existência. Embora haja quem considere que existe vida para além da morte e que a vida representa apenas uma etapa entre uma dimensão e outra, ainda nada foi provado. Ainda não há provas de que, depois de morrermos, passamos a existir doutra forma. É legítimo, por isso, pensar-se que a nossa morte significa a nossa partida definitiva e que nunca mais voltaremos a existir como um qualquer ser (seja a nível físico ou a nível espiritual). Confesso que isto me deixa aterrorizado. Nunca mais voltar a viver deixa-me completamente em pânico. Estas duas palavras ("nunca mais") representam tanto tempo que é impossível sequer imaginá-lo! Aliás, para o ser humano, o infinito é como que uma utopia. É um número impossível de atingir ou até de imaginar. Custa aceitar que, depois de morrermos, vamos ficar mortos por tempo infinito, ou ainda, vamos ficar mortos para sempre!!! À semelhança do "nunca mais", também o "para sempre" tem um tamanho tão grande que não conseguimos imaginá-lo. O conceito de infinito, por não ter uma dimensão imaginável, gera tanta controvérsia que é preferível arranjar qualquer desculpa que contorne esta nossa incapacidade do que tentar materializá-lo. É por causa desta incapacidade que o ser humano tem em imaginar o infinito (e, consequentemente, estar morto para sempre), que surgiram as religiões e crenças em entidades superiores (deuses), na vida para além da morte, etc. O ser humano não aceita que a sua morte seja o seu fim definitivo. Claro que, depois de morrermos, perdemos toda a consciência. Não sabemos que estamos mortos, não sentimos absolutamente nada, simplesmente deixamos de existir! Não é aterrorizador? Ai não que não é! Daí que é preferível acreditarmos que Deus existe e que, quando morrermos, vamos para o Céu.

Mesmo que não se arranjem desculpas que contornem o inexplicável, o infinito continua a ser extremamente desconcertante para o ser humano. Peguemos no Universo. Segundo a teoria actual, também o Universo é infinito. Isto obriga a colocar sucessivas questões, todas elas sem resposta satisfatória. Como é que uma coisa pode ser de tal forma grande que nunca acabe? Será que o universo não tem mesmo limites? Como é isso possível? E se tiver limites, o que é que existe para além desse limite? Outro universo? Quantos universos existem para além deste? Se no início de tudo (quando se deu o Big Bang) o Universo era bem mais pequeno do que até agora, até quando ele vai continuar a expandir-se? Que tamanho tem o espaço que dantes não era ocupado por nada e agora está ocupado pelo Universo que entretanto se expandiu? E o que é que existia antes do Big Bang? Há quanto tempo é que isso existia? Se o Universo tiver mesmo limite, para lá desse limite não existe nada? Como é que isso é possível? O limite do universo é como uma parede? Se não existe nada para além dessa parede, qual é a espessura dessa parede? Será que atrás dessa parede fica o Céu?

Como já alguém disse, o único ser vivo que tem consciência da sua morte, é também o único ser vivo que ri. Não é irónico?

terça-feira, 9 de março de 2010

Campanhas de solidariedade

Nos últimos tempos, o mundo tem sido assolado por algumas catástrofes naturais. Foi o terramoto no Haiti, a tempestada na Madeira e, mais recentemente, outro terramoto, desta vez no Chile. Naturalmente, perante estas catástrofes, surgem ondas de solidariedade para com as vítimas destes acontecimentos. No entanto, estas campanhas de soliedariedade não são feitas da melhor forma. Na esmagadora maioria dos casos, as campanhas resumem-se, basicamente, à angariação de dinheiro que é enviado para instituições que se encarregam de fazê-lo chegar ao destino, com vista à reconstrução de casas e edifícios destruídos. Obviamente, a angariação de dinheiro é importante. Mas, como é costume dizer-se, o dinheiro não é tudo!

O Haiti é um dos países mais pobres do mundo. Se o Haiti e os haitianos já tinham enormes dificuldades, depois disto as dificuldades serão ainda maiores e, por isso, toda a ajuda é bem vinda. Se o dinheiro é importante para a reconstrução dos edifícios, há outras coisas que o dinheiro não resolve. Para além de uma reconstrução, o Haiti precisa, também, de uma reestruturação. Esta reestruturação, muito provavelmente, não irá acontecer. Antes deste terramoto, ninguém falava do Haiti nem havia a preocupação com as dificuldades dos haitianos. Foi preciso acontecer esta catástrofe para que o Haiti fosse alvo de atenção. Infelizmente, esta onda de solidariedade vai passar muito antes de tudo estar feito. Muito antes de tudo estar reconstruido, o Haiti e os haitianos vão ser novamente esquecidos e deixados à sua sorte. Embora a reconstrução seja difícil, ela é possível e há ajudas para isso com o dinheiro que é angariado nas campanhas de solidariedade. O mesmo já não acontece socialmente. As dificuldades sociais não se resolvem unicamente com dinheiro. Numa situação como a que o Haiti vive, há muito mais em jogo do que somente o dinheiro e isso vai ficar de fora de qualquer campanha de solidariedade, ou seja, o Haiti, depois disto, irá continuar a ser um dos países mais pobres do mundo e nada será feito para inverter essa situação.

No caso da Madeira, as coisas já são um pouco diferentes. Embora a Madeira também tenha sido vítima de uma catástrofe natural, as condições são completamente diferentes das do Haiti. Se o Haiti é um país pobre que vive com enormes dificuldades, já com a Madeira isso não acontece. Se uma parte dos estragos provocados pelo terramoto no Haiti se deveu à fraca qualidade de construção (fruto da pobreza existente neste país), na Madeira parte desses estragos foi provocada pelo incumprimento do ordenamento do território. Quando alguém fala nisto, é-se logo apelidado de insensível por falar neste assunto numa altura destas. A verdade é que há já algum tempo que têm sido feitos alertas e avisos para a possibilidade de uma situação destas poder acontecer. No entanto, estes avisos têm sido constantemente ignorados e continua-se a construir em leitos de cheias! Não quer dizer que não se construindo em leitos de cheias, as cheias não aconteçam. No entanto, há riscos que podiam ser minimizados e não são, por simples incúria dos responsáveis. Assim só por curiosidade, vejam só o que foi dito no programa Biosfera, exibido na RTP 2 em Abril de 2008 (quase dois anos antes de terem ocorrido estas cheias na Madeira).



Obviamente que, perante uma situação destas (catástrofes), as campanhas de solidariedade devem existir. Se no Haiti a recuperação não reside apenas na reconstrução dos edifícios, mas também numa reestruturação social, na Madeira a recuperação é mais fácil. Mas nem por isso deve deixar de ser alvo de apoio por parte de todos nós. Nunca sabemos quando somos nós a precisar de ajuda.

sábado, 6 de março de 2010

Dúvida...

Até onde pode ir o direito à liberdade de expressão (aliada à liberdade de imprensa) sem que se viole o direito à privacidade?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vou mudar o nome deste blogue

Com a frequência com que escrevo neste blogue, acho que devia mudar o nome para "Nunca digo nada".
Claro que estou na brincadeira. Este blogue não vai mudar de nome.
Eu apenas não escrevo muito por causa da censura.
Oh, não é nada por causa da censura, é a minha preguiça que me impede de escrever mais vezes.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

É Carnaval, ninguém leva a mal

Como já não dizia coisa alguma há muito tempo, achei que podia vir aqui falar do Carnaval, pois claro. Já nem se esperava outra coisa, uma vez que as palhaçadas e outras afinidades já hoje se fazem sentir. Falo disto porque hoje, aqui na terrinha, já houve um desfile de Carnaval das escolas do concelho. Não é que eu ache grande piada a isto, mas a culpa é da globalização. Porquê? Reparem só como são os carnavais mais famosos de Portugal: Torres Vedras, Loulé, Ovar... A gente olha para aquilo e parece que estamos no Brasil!!! Acho uma verdadeira estupidez que, em Portugal, se faça o Carnaval ao ritmo do samba! Talvez porque não goste muito de samba, talvez porque ache um disparate as mulheres descascarem-se todas com frio polar que se faz sentir (embora seja agradável à vista), a verdade é que carnavais assim são tipo... cócó. Como é de imaginar, o desfile que vi hoje não era nada assim. Ninguém estava à espera de ver miúdos e miúdas com menos de 8 ou 9 anos a simular o Carnaval do Rio, pois não?

Eu não costumo participar em iniciativas relacionadas com o Carnaval (em Portugal é mais correcto falar-se em Entrudo). Mas este ano, à conta de uma iniciativa levada a cabo pela Câmara Municipal da Lousã, vai ser diferente. Amanhã à noite vou mascarar-me (não vou dizer de quê senão sabem logo quem sou eu) e vou participar num evento inédito (pelo menos aqui na Lousã), que se dá pelo nome de Entrudo Malandro. Fica já aqui o convite para darem cá um salto.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Resposta aos comentários

Uma das dúvidas que tenho acerca do Blogger, tem a ver com as respostas que eu posso dar aos comentários. Basicamente, existem duas formas de o fazer:
1. Respondendo nos comentários do post, no meu blogue;
2. Respondendo nos blogues de quem comenta.
A razão de ser desta minha dúvida tem a ver com o facto de as pessoas que comentam um determinado post poderem, ou não, continuar a acompanhar os comentários desse post depois de comentarem. É que se não o fizerem, pode correr-se o risco de eu responder aos seus comentários mas essas pessoas nunca virem a ler as respostas que eu lhes dou. Assim sendo, qual é a melhor maneira de responder aos comentários que fazem no meu blogue? Respondendo no meu blogue ou no blogue de quem me comenta?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ainda o Ano Novo...

Desculpem lá voltar a falar desta questão, mas no post anterior não referi algumas coisas que sempre me assaltam o pensamento nesta altura. São questões e dúvidas relacionadas com o ano novo e para as quais não encontro explicações que me deixem suficientemente esclarecido.

1. Resoluções de Ano Novo
Uma das coisas mais comuns quando se passa de ano é fazer as resoluções de Ano Novo, ou seja, fazer um balanço do ano que passou e traçar objectivos para o ano que se sucede. Não critico quem o faça, mas eu não encaro os anos como etapas na minha vida, daí não seguir esta tradição. Para mim não faz grande sentido fazer balanços à vida no final do ano como se esta fosse um negócio. A vida é para ser vivida. Se algo não está a correr bem, para quê esperar até ao final do ano para tentarmos mudar o que está mal, se o podemos fazer, também, a meio do ano? Não é estar a perder tempo?

2. Qual é o resultado prático de se comer 12 passas?
Outra coisa que eu não acho grande piada é comer 12 passas à meia-noite. Dizem que cada uma corresponde a cada mês do ano, cada uma delas pode corresponder a um desejo e que, comendo, esses são realizados. Das duas uma: Ou eu sou lunático e não tenho noção dos desejos que peço ou então, não sendo eu supersticioso, tudo isto não passa de uma fraude. Não me parece que o facto de não gostar de passas seja relevante para o caso.

3. Até quando podemos desejar Feliz Ano Novo?
Outra dúvida que me assola o espírito é até quando é que podemos desejar Feliz Ano Novo às pessoas? Ou pondo as coisas noutro prisma: Quando é que o Ano Novo deixa de ser novo?

sábado, 9 de janeiro de 2010

2010

Pois é, 2009 já se foi e 2010 já chegou. Como o tempo passa depressa! Mais uma vez, venho aqui pedir desculpas por ter deixado este blogue ao abandono. Começa a ser recorrente e não há maneira de mudar isto. Para cúmulo, não desejei Feliz Natal nem Feliz Ano Novo às pessoas que visitam este meu espaço. Como devem imaginar, é claro que eu vos desejo tudo de bom. Como não podia deixar de ser, os últimos dias têm sido complicados. Espero que um dia isto acalme.
Espero, também, que a vossa passagem de ano tenha sido óptima! Eu, pela primeira vez, estive na passagem de ano da Figueira da Foz. Logo por azar (ou por coincidência), o programa previsto teve de ser cancelado devido ao mau tempo. De facto, o estado meteorológico do tempo não estava nada animador nem convidativo: Muito vento, muita chuva e muito frio. Condições normais para esta época do ano, eu sei, mas que ainda assim deixam um amargo de boca quando os planos nos saem furados. Não obstante a isso, até porque o André Sardet não me desperta grande interesse (e por isso a perda não foi muito grande), confesso que estava curioso em ver o espectáculo de fogo de artifício. Com tanta gente a gabar a passagem de ano da Figueira da Foz, o espectáculo devia ser digno de ser visto. Afinal, foi uma coisa normalíssima, que durou somente 10 minutos!!! Bah...