quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Televisão nacional

Hoje de manhã parei ali numa pastelaria para beber um café e para ler as principais notícias do "Diário de Coimbra", um jornal aqui da região. Não pude deixar de reparar na televisão que estava ligada na TVI e no programa que estava a dar, que tinha como apresentadores o Goucha e uma co-apresentadora que eu não sei o nome. Eu pensava que a Júlia Pinheiro era a apresentadora de televisão mais histérica em Portugal, mas depois de hoje, posso garantir que ela foi destronada por esta apresentadora do programa da manhã da TVI!!! Como é que é possível conseguir assistir a uma coisa destas?! Será que a TVI tem pessoas a ver este programa para além dos espectadores que vão a pastelarias de manhã? Eu acho que se tivesse que viver a ver aquele programa depressa arranjava maneira de me suicidar! É inacreditável como é que um programa daquela natureza está a ser difundido para todo o Portugal e para o estrangeiro. Será que não há ninguém que ponha fim a este atentado à sanidade mental das pessoas?! É que é francamente mau. Digam àqueles senhores, por favor, que há coisas muito melhores para passar na TV do que estes programas de «uma asneira que eu não ouso escrever».

Podia agora falar dos programas que davam quando eu era ainda um rapazito pequenito e que podiam muito bem ser revisitados, mas acho que é melhor não, para não abafar esta chamada de atenção.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Regresso das férias

O regresso das férias é sempre sinónimo de trabalho e saudades da boa vida. Uma coisa boa no regresso das férias, se é que é possível existir alguma coisa boa com o fim das férias, é poder rever pessoas e sítios que já não víamos há, pelo menos, uma semana (neste caso, duas). Com isto, inclui-se as visitas aos blogues dos nossos "amigos". O grande problema disto é a dificuldade que existe em nos actualizarmos e lermos tudo aquilo que foi escrito enquanto estivemos ausentes, lá para os lados do "bem bom". Os últimos dois dias de presença na Internet foram marcados pela actualização de blogues, fóruns, e-mail...

Com a chegada do final das férias, e porque já não vou ter mais férias até ao ano que vem, vou poder, finalmente, dedicar mais um tempo aqui ao meu estaminé. Não é só a minha presença nos vossos blogues que é importante. Isto aqui também é, pelo menos para mim.

Espero que as vossas férias tenham sido boas e, para os que ainda estão de férias, uma boa continuação e... Cuidadinho com o sol.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Férias

E lá vou eu de férias outra vez! Isto de ter que gozar os dias de férias praticamente todos seguidos é uma chatice. Depois ando um ano inteiro a penar!!! Eu volto depressa (sim, porque as férias passam que é um instante).

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Produtores vs Distribuidores

Um dos assuntos ao qual tenho dedicado alguma reflexão nos últimos tempos é a relação entre Produtores e Distribuidores e que agora vem à baila por causa das manifestações feitas pelos agricultores do Baixo Mondego.

Não sei se já se aperceberam mas, de há algum tempo a esta parte, tem sido dado a conhecer, pela comunicação social, as preferências dos consumidores pelos produtos de marca branca ou pelos produtos cuja marca pertence exclusivamente ao hipermercado que a vende. Junto a este facto vem outro que diz respeito aos preços extremamente competitivos destes em comparação com um mesmo produto de outra marca. Para o consumidor é óptimo que assim seja, uma vez que tem à sua disposição um produto com alguma qualidade a um preço reduzido. Afinal de contas, é isto mesmo que todos nós procuramos: um produto com qualidade ao mais baixo preço.

No entanto, é importante saber e perceber como é que isto se consegue. Como é que é possível que um hipermercado consiga vender um produto com a sua marca a um preço muito mais baixo do que o produto de outra marca? Não é só o nome da marca que está em jogo. O segredo da coisa pode estar no acordo efectuado com os produtores que fornecem os produtos para esse hipermercado. Isto é bom porque, deste modo, os produtores asseguram o escoamento dos seus produtos. Se assim não fizessem, dificilmente conseguiriam vender os seus produtos.

O problema disto divide-se, basicamente, em duas questões:
  • Para conseguir preços altamente competitivos, muitos dos produtos à venda nos hipermercados são importados. Ao importar esses produtos, consegue-se, assim, oferecer produtos mais baratos. O consumidor agradece. Mas isto leva-nos ao outro lado da questão;
  • Os agricultores portugueses sofrem com isto, uma vez que os custos de produção são mais elevados do que em outros países. Porquê? Talvez devido a cargas fiscais, preços mais elevados dos combustíveis, poucos apoios, etc. Com custos de produção mais elevados, os produtores portugueses não conseguem competir com a concorrência dos outros países. O que podem eles fazer? Como eu ouvi há dias nas notícias, vender as máquinas e candidatarem-se ao Rendimento Mínimo Garantido.
Para Portugal, esta situação é gravíssima, uma vez que não se está a acautelar o sustento autónomo do país. Se um dia, por qualquer motivo, não conseguirmos importar os produtos que agora importamos, como vai ser? Por essa altura já não temos produtores, uma vez que eles sucumbiram todos à concorrência importada. Estamos em crise, é verdade, mas se não cuidarmos do nosso próprio sustento poderemos ficar numa situação bem preocupante. E não é coisa que aconteça só aos agricultores. Os pescadores vivem os mesmos dramas. Aqueles que arriscam a vida para nos trazer o que comemos são os que menos lucram! É impressionante a evolução que, por exemplo, o preço do peixe tem desde que sai das traineiras até chegar ao consumidor final! Não seria de extrema importância haver alguma entidade que controlasse a evolução dos preços nos vários intermediários? Eu acho que seria preferível os preços serem mais elevados à saída da linha de produção mas com uma evolução dos preços pelos diferentes intermediários numa percentagem mais reduzida, de modo a que isso não se reflectisse no preço final.

E já agora, para reflectir também, aqui ficam duas questões:

- O que acham desta campanha bem agressiva dos hipermercados Modelo/Continente?

- Com estes hipermercados a abrirem em tudo quanto é lado, haverá o risco de se estar a criar um monopólio?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A típica desculpa...

... da falta de tempo. Eu peço imensas desculpas por andar completamente ausente da blogosfera. Já não estou de férias, mas a disponibilidade para vir aqui é praticamente nula. Aproveito apenas para desejar a todos umas excelentes férias que, acredito, são bem merecidas. Aproveitem para descansar ao máximo e rejuvenescer o espírito. Volto assim que puder.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Michael Jackson...

... Patinou! Não que eu fosse um grande fã dele, mas confesso que os primeiros sucessos dele foram um estrondo que, ainda hoje, se ouvem bastante bem. Embora com todas as suas excentricidades (mais do que exageradas), acabou por ser uma referência na música.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Rescaldo do VI Festival Internacional de Dixieland - Cantanhede 2009

Bem, estes 4 dias passados em Cantanhade foram qualquer coisa de extraordinário. Para além dos espectáculos que são isso mesmo, um espectáculo, o convívio com os outros músicos é extremamente enriquecedor, não só no que diz respeito à música, como a nível de experiências de vida e o contacto com outras culturas e outras maneiras de ver o mundo. Deixo-vos aqui um pequeno resumo do que foi este VI Festival Internacional de Dixieland.

1º dia:
À semelhança das edições anteriores do festival, houve concertos pelas várias freguesias e principais praças de Cantanhede. A ideia da organização é difundir e levar a mais pessoas este tipo de música e tentar não centralizar demasiado o festival. À minha banda calhou ir tocar na freguesia de Bolho. Estava bastante calor, mas o telheiro que lá estava deu bastante jeito, já que nos permitiu tocar à sombra. No final, tivemos direito a um bom lanche.

À noite, como cabeça de cartaz estava a Lúcia Moniz. Assim, a abrir os concertos na Tenda Dixie estiveram os checos Brass Band Rakovnik (o percussionista era um "ganda maluco").


A seguir subiram ao palco os franceses Les Zauto Stompers, depois os portugueses Dixinaza Jazz Band e, por fim, os também portugueses Dixie Boys. Foi com estes últimos que Lúcia Moniz cantou. Foi pena que só tenha cantado 3 músicas, a acabar os concertos da primeira noite. Para além de já ser muito tarde, acabou por saber a pouco.

2º dia:

A minha banda tocou em Cantanhede, na Praça Marquês de Marialva. Estava bastante mais gente a assistir ao concerto do que no dia anterior, no Bolho. À nossa volta havia montes de gente e isso é uma motivação extra para nós.


Mas este segundo dia ficou marcado pela triste figura que a Paula Oliveira fez, ao recusar-se a realizar o concerto com a banda Cottas Club Jazz Band, como estava programado, fazendo subir consigo ao palco, músicos que ela prórpia convidou. Perante o que se passou, pouco mais há dizer se não lamentar que haja pessoas que têm a mania que são vedetas e que pensam que podem fazer tudo aquilo que querem só porque acham que têm estatuto. Aquilo que se passou na 6ª feira foi realmente lamentável e mostrou claramente a artista que Paula Oliveira é (ou não). Triste foi também o espectáculo que ela deu, que em nada se assemelhou ao jazz tradicional, e que gerou algumas críticas entre alguns músicos participantes no festival. Lembro-me de ter visto alguns músicos de uma banda estrangeira a dormir enquanto a Paula actuava. E não fiquei nada surpreendido! Já agora, só uma pequena história engraçada do que se passou com a Paula Oliveira: no final da sua actuação, enquanto apresentava os músicos dela, referiu que o piano que se encontrava no palco estava um pouco desafinado e que o seu músico estava habituado a tocar num piano de cauda e aquele não tinha cauda. Enfim, tentou encontrar defeitos para não admitir que tudo tinha sido perfeito (teria sido tudo perfeito não fosse a sua atitude miserável). Logo a seguir, quando os apresentadores Raul Calado e José Duarte subiram ao palco, achei brilhante a intervenção de José Duarte ao dizer que vinha ali "em defesa dos pianos que, coitados, não têm cauda e não têm culpa nenhuma disso". Simplesmente hilariante!

Quanto ao facto do piano estar desafinado, tenho de dizer que não me surpreende, dadas as temperaturas que se vivem dentro da tenda. À noite, a temperatura até é agradável, mas durante o dia está um calor enorme lá dentro (e quem lá esteve a fazer o checksound soube o que isso era) e, portanto, é normal que o piano desafine um bocado. É ainda de referir que na tarde de sábado, quando fomos lá fazer o checksound para o concerto da noite, estava lá um senhor a afinar o piano...

Mas isto ainda não ficou por aqui, já que à tarde, quando se preparavam para fazer o checksound, não quiseram usar a bateria dos Dixie Gringos porque, supostamente, esta não servia. Devia ter umas peles diferentes das outras baterias ou qualquer coisa do género que fazia com que a bateria não fosse suficientemente boa para ela. Assim, ficaram à espera durante um bocado por uma bateria que estava quase a chegar mas que, sabe-se lá porquê, acabou por não chegar. Decidiram, então, usar a bateria que era dos Dixie Gringos sem pedir autorização. Valeu a boa vontade do baterista dos Dixie Gringos (Rui Lúcio).

Depois deste pequeno "atraso" no início da noite, foi a vez dos Dixie Gringos (de Coimbra) subirem ao palco para mostrar à Paula Oliveira o que era o Dixieland. Gostei particularmente de uma piada que eles mandaram, ao dizer que este ano o festival contava com a presença da Lúcia, da Jacinta... e que só não estava o Francisco mas estava a Paula Oliveira e que, talvez para o ano, lá estivessem mesmo os 3 pastorinhos. Ou seja, a Paula Oliveira deve ter saído de Cantanhede com as orelhas quentes.

Depois dos Dixie Gringos, vieram os New Orleans Dixielandband (austríacos, penso eu). Achei que o sousafonista abusava nos efeitos (semelhante às aceleradelas de uma mota), mas que não deixava de ser engraçado.


Por fim, os Cottas Club Jazz Band (do Bombarral) que deveriam tocar com a Paula e acabaram por tocar só eles. Havia algum receio da parte deles (e com razão) de que o concerto pudesse ser um fracasso, já que o concerto deles era suposto ser o ponto alto da noite e havia a hipótese disso não acontecer. Acabou por não acontecer, e o espectáculo foi bastante bom. No final do concerto houve uma jam session com alguns músicos participantes.

3º dia:

O sábado foi o dia que teve mais concertos, que começaram logo de manhã. Neste dia a minha banda só tocou na Tenda Dixie. À tarde, por volta das 16h, fomos para a tenda fazer uma sessão de sauna e aproveitámos também para fazer o checksound para o concerto da noite. Na minha opinião, esta foi a melhor noite do festival. Começou com a minha banda (Astedixie Jazz Band), que esteve em palco quase 1h.

Pode parecer que estou a ser convencido ao dizer que esta foi a melhor noite e que foi a noite em que a minha banda tocou na Tenda Dixie, mas a verdade é que os espanhóis Los Krokodillos, que tocaram a seguir, são uma banda absolutamente fantástica! O banjista deles (Mikha Violin) deixa-me completamente hipnotizado. O gajo toca que se desunha e até lhe disse que o nome dele estava errado, que devia ser Mikha Banjo.

O momento alto da noite estava reservado para o final, quando as Alice in Dixieland subiram ao palco. Esta banda destaca-se por ser formada inteiramente por mulheres, o que é raro ver no panorama do Jazz Tradicional. E já que se tratava de uma banda composta só por mulheres, quem melhor para fazer companhia do que a Jacinta? Aquela que é um ícone da música jazz em Portugal não deixou créditos por mãos alheias e deu um espectáculo incrível. Não foi um concerto de música dixieland no seu estado mais puro, mas foi bastante agradável!

No final dos concertos, houve lugar a mais uma jam session, onde se juntaram no palco vários músicos das bandas presentes no festival. Nada melhor do que acabar em grande uma noite excelente.
4º dia:

Último dia do festival. A minha banda foi tocar a Cadima às 11h30. Depois de uma noite que acabou quase de manhã, não foi fácil levantar cedo, mas lá conseguimos. Quem diz que dormir pouco faz mal deve estar enganado, pois o nosso concerto correu muito bem, com muita gente a assistir. No final do nosso concerto os músicos da banda filarmónica de Arazede ainda apareceram por lá. Cadima estava em festa e a Filarmónica de Arazede lá andava a fazer o seu serviço. Fez-me lembrar que eu ia faltar ao serviço que a banda filarmónica da Lousã tinha à tarde...

À tarde foi a street parade, que foi a apoteose do festival. Milhares de pessoas a assistir ao desfile das bandas e outros grupos. Nesta street parade, desfilam ainda carros e motas antigas, bandas filarmónicas, escolas de dança... É um espectáculo fabuloso e que, por isso, aparece sempre tanto público! No final, a jam session assistida por um mar de gente. Acho que nunca tinha visto tanta gente no festival de dixieland de Cantanhede como vi neste último dia. Foi absolutamente extraordinário.