O Haiti é um dos países mais pobres do mundo. Se o Haiti e os haitianos já tinham enormes dificuldades, depois disto as dificuldades serão ainda maiores e, por isso, toda a ajuda é bem vinda. Se o dinheiro é importante para a reconstrução dos edifícios, há outras coisas que o dinheiro não resolve. Para além de uma reconstrução, o Haiti precisa, também, de uma reestruturação. Esta reestruturação, muito provavelmente, não irá acontecer. Antes deste terramoto, ninguém falava do Haiti nem havia a preocupação com as dificuldades dos haitianos. Foi preciso acontecer esta catástrofe para que o Haiti fosse alvo de atenção. Infelizmente, esta onda de solidariedade vai passar muito antes de tudo estar feito. Muito antes de tudo estar reconstruido, o Haiti e os haitianos vão ser novamente esquecidos e deixados à sua sorte. Embora a reconstrução seja difícil, ela é possível e há ajudas para isso com o dinheiro que é angariado nas campanhas de solidariedade. O mesmo já não acontece socialmente. As dificuldades sociais não se resolvem unicamente com dinheiro. Numa situação como a que o Haiti vive, há muito mais em jogo do que somente o dinheiro e isso vai ficar de fora de qualquer campanha de solidariedade, ou seja, o Haiti, depois disto, irá continuar a ser um dos países mais pobres do mundo e nada será feito para inverter essa situação.
No caso da Madeira, as coisas já são um pouco diferentes. Embora a Madeira também tenha sido vítima de uma catástrofe natural, as condições são completamente diferentes das do Haiti. Se o Haiti é um país pobre que vive com enormes dificuldades, já com a Madeira isso não acontece. Se uma parte dos estragos provocados pelo terramoto no Haiti se deveu à fraca qualidade de construção (fruto da pobreza existente neste país), na Madeira parte desses estragos foi provocada pelo incumprimento do ordenamento do território. Quando alguém fala nisto, é-se logo apelidado de insensível por falar neste assunto numa altura destas. A verdade é que há já algum tempo que têm sido feitos alertas e avisos para a possibilidade de uma situação destas poder acontecer. No entanto, estes avisos têm sido constantemente ignorados e continua-se a construir em leitos de cheias! Não quer dizer que não se construindo em leitos de cheias, as cheias não aconteçam. No entanto, há riscos que podiam ser minimizados e não são, por simples incúria dos responsáveis. Assim só por curiosidade, vejam só o que foi dito no programa Biosfera, exibido na RTP 2 em Abril de 2008 (quase dois anos antes de terem ocorrido estas cheias na Madeira).
Obviamente que, perante uma situação destas (catástrofes), as campanhas de solidariedade devem existir. Se no Haiti a recuperação não reside apenas na reconstrução dos edifícios, mas também numa reestruturação social, na Madeira a recuperação é mais fácil. Mas nem por isso deve deixar de ser alvo de apoio por parte de todos nós. Nunca sabemos quando somos nós a precisar de ajuda.
5 comentários:
Ultimamente tem sido uma coisa de doidos. A natureza ja nao nos aguenta...
Ora bem, so espero que mais desastres nao se aproximem... Espero sim!
Beijinhos*
Penso que a reconstrução social só pode ser feita dentro do próprio país, pelos seus habitantes. As pessoas de fora pouco podem ajudar nesse sentido. O dinheiro que nos faz falta já está a ser enviado. O resto, por muito que queiramos, não pode ser reconstruido por nós... É a minha opinião :)
Beijinhos**
muito bem dito, estou totalmente de acordo e não diria melhor! =)
xoxo
"Casa roubada, trancas à porta". Vamos ver o que é que eles agora vão fazer...
Pois!
Concordo contigo!Plenamente...
beijo
Enviar um comentário